“Over Flow” – O ‘click’ necessário para pensarmos na nossa responsabilidade para com a natureza.

Exposição no MAAT do artista japonês Tadashi Kawamata.

“Over Flow”, a exposição que se encontra atualmente no Maat – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia até 1 de Abril de 2019, do artista japonês Tadashi Kawamata.

O Maat, que se encontra à beira rio e cuja arquitetura se parece com uma onda, recebe uma exposição feita com o lixo marinho recolhido na costa portuguesa. O ‘click’ necessário para pensarmos na nossa responsabilidade para com a natureza.

A instalação da exposição pretende figurar o desperdício que flutua nos nossos oceanos, consciencializando a sociedade do consumo excessivo do ser humano sobre os recursos naturais. A instalação é traçada ao longo de uma linha, a linha do oceano, a qual é preenchida com os resíduos de plástico e barcos abandonados recolhidos no oceano, o over flow, fruto do excesso com que vivemos.

Exposição Over-Flow
Exposição Over-Flow no Maat – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia

O que mais me tocou na visita à exposição é o nosso comportamento e a falta de responsabilidade para com os oceanos.

De acordo com alguns colaboradores desta exposição, apanharam cerca de 450 toneladas de lixo em 10 anos ao longo da costa portuguesa. Assustador! Quando o lixo chega à costa, já andou a flutuar à muito tempo, deixando a sua marca no tempo. Marca essa que é lixo… A questão central não é ficarmos com a nossas praias sujas, ou mesmo sem praias, o problema é ficarmos sem futuro.

Em 1755, os lisboetas foram vítimas do mar, mais recentemente, em 2004, foram os tailandeses. A poluição humana está a destruir o ecossistema e a questão pertinente é quem corre o maior risco? O Homem ou o Mar? Quem destrói quem?

Pessoalmente, e porque sou grande consumidora, fiquei impressionada com a enorme quantidade de garrafas de água de plástico. Ando sempre com uma garrafa de água, umas vezes com a minha própria garrafa, outras vezes vou comprando. Confesso que sou um pouco preguiçosa e indisciplinada, no que respeita às garrafas de água. E, assim, pergunto-me “Qual a minha quota-parte de responsabilidade no que respeita à poluição dos oceanos?” Uma garrafa de plástico de 33 cl que bebo de um gole demora centenas de anos a desaparecer, sendo que em média consumo 2l de água por dia….é fazer as contas. 😦

E porque vos trago este tema? Porque devemos fazer melhor escolhas, decisões mais conscientes, decidir o melhor para nós, para os nossos, e para os outros. Todos partilhamos o mesmo universo. Cabe-nos a todos contribuir para um mundo melhor. Pequenas alterações fazem a diferença, escolher produtos ecológicos é um primeiro passo. Podemos e devemos reduzir a quantidade de plástico, desde as garrafas de águas, aos detergentes da loiça, à pasta de dentes, etc. Consumir de forma responsável e consciente, que contribua para a redução do desperdício e, como tal, para a sustentabilidade do planeta.

Outra forma de mudarmos é ‘destralhar’! Ou seja, temos um limite de espaço nas nossas casas e o truque é não encher… Se por cada camisa nova que comprarmos tivermos de eliminar uma velha do nosso armário, então iremos equacionar melhor a nossa compra, assim como de tempos a tempos limpar o que anda lá por casa a ocupar espaço, neste momento estou a escolher os livros que já não pretendo reler e que não foram relevantes. Não os vou deitar fora, vou doar a uma instituição e, assim, libertar-me de objetos que já não significam nada para mim, permitindo igualmente que outras pessoas possam usufruir destes “velhos” objetos. A quem interessar, escolhi a instituição ‘Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças’, recebem os livros e, posteriormente, enviam para a livraria  solidária Déjà Lu, em Cascais, que vende esses livros, revertendo as receitas para a Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21. Para quem tem crianças, sugiro fazerem a entrega dos livros na própria livraria e, assim, ensiná-los a serem solidários.:)

Tenho a certeza de que todos nós queremos melhorar a nossa vida, mas também a dos outros, e que a maioria já implementou, ou pelo menos tenta,  implementar muitas destas medidas. O desafio é não desistir e ser persistente e, claro, benevolentes (não é por comprar uma garrafa de água plástica que vou ser a pior pessoa do mundo, mas pequenos gestos podem fazer a diferença). Desafio-vos a viver uma vida mais leve, com menos desperdício, e a protegermos o nosso planeta.

Boas inspirações e boas opções de vida e, claro, de consumo.

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